Não me venham com o jornal. São muitos os mortos, muito mais os desesperados, incontáveis os cretinos.
Não, não posso com o jornal. Já mal suporto as dores do mundo sem ele. Hospitais lotados; covas e mais covas; meninos baleados; meninos caindo do alto; todos os tipos de desgoverno... as notícias me dão náuseas.
Além do mais, chove. Chove demais e são milhares os desabrigados não noticiados. Já me bastam as infiltrações e o mofo daqui de casa.
Desculpem, não tenho como. Uma noite inteira de pesadelos me aguardaria, e, maldormida, o meu dia estaria perdido. Por isso eu não posso. Sinto muito. Dou parte de fraca, o Jornal não é para mim.
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